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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Plano de aula
OFICINA EXTRA


PLANO DE AULA

FILME NARRADORES DE JAVÉ

TEMA: LÍNGUA VIVA

DIVERSIDADE “COMO VER” E CONVIVER

OBJETIVOS:Identificar dialetos, variantes lingüísticas da região.Caracterizar a oralidade e a escrita como formas de comunicação.Trabalhar a importância do letramento na sociedade em que vivemos.Valorizar e respeitar a cultura e oralidade de um povo.

SÉRIE: 6° AO 9° anos

CARGA HORÁRIA: previsão de 06 (seis) aulas.

METODOLOGIA:Selecionar músicas e fragmentos de textos que retratem o mesmo tema do filme a apresentá-los. (Zé Ramalho, Patativa do Assaré, Graciliano Ramos...)Ouvir músicas sem a letra ou distribuir letras de músicas faltando letras para que os alunos completem com palavras que achem que serão adequadas ao contexto e depois passá-las para que possam fazer comparações.Assistir ao filme sugerido Narradores de Javé.Explorar fragmentos de obras pré-selecionadas.Realizar a intertextualidade (música, filme e obras escritas).Privilegiar o diálogo através de atividades coletivas.

RECURSOS: Som, cd, dvd, cópias dos fragmentos e músicas a serem trabalhados, pincéis, cartolinas, lâmina, retro-projetor, tv, data-show, folha sulfite.

FECHAMENTO:Atividades avaliativasElaboração de texto utilizando dialetos da região onde mora.Identificar neologismos presentes no filme e criar uma narrativa usando variantes lingüísticas.Elaboração de um glossário de Javé.Criar neologismos dentro de um contexto (a escolha ) para que os demais colegas descubram.Painel de neologismos.Criação de peça teatral baseando-se no filme, mas com dialeto da região.Criação de paródia sobre o filme.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

OFICINA INTERCALADA

NARRADORES DE JAVÉ

A cidade de Javé nas vésperas de ser submersa pelas águas da represa é palco de uma mobilização coletiva de seus moradores. Expulsos das moradias vêem sua história, seus direitos, sua dignidade e seu habitat ser destruídos de uma forma impactante. Assim é o filme “Narradores de Javé”, gravado em 2001, no povoado de Gameleira da Lapa, interior da Bahia, às margens do rio São Francisco. Ele mostra a história de um um arraial carente de ruas de areia, com sua história oral desvalorizada, impedida de ser um patrimônio da humanidade. Protagonizado pelo ator Zé Dumont (Biá) e com a direção de Eliane Caffé, o longa traz à tona reflexões profundas sobre a memoria narrativa do ser humano, questões econômicas, históricas e o desafio sociomabietal.
O filme Narradores de Javé, dirigido por Rui Pires e André Montenegro, é excelente para se trabalhar, em sala de aula, a importância da escrita e a diferença entre ela e a oralidade. Seu roteiro é pautado no conflito vivido pelos moradores do Vale de Javé, ameaçado pela possibilidade de construção de uma represa. A única saída encontrada foi realizar o relato escrito das histórias locais, a fim de que o vale seja considerado patrimônio histórico.Entretanto, o único narrador local capaz e que sabia escrever era o Biá, que havia sido expulso do povoado, por inventar histórias fantasiosas e maledicentes sobre os moradores. Biá assume, então, o papel de escriba. Depende dele a salvação de todo o povoado, pois apenas ele pode passar para o papel as histórias locais, delegando a elas status de ciência.Biá, contudo, é um malandro e aproveita-se da situação como pode, ouve os relatos, mas menospreza-os, considera-os impróprios para fazerem parte de um livro tão importante. Desta forma, o tempo vai passando e o livro permanece em branco. Nesse ponto, chama a atenção que a atitude do escriba, em relação à oralidade, é semelhante ao que ocorre na sociedade em geral. Possui maior prestígio aquele que domina o código escrito, sendo mais valorizada a história oficial e deixando-se de lado, muitas vezes, a história propriamente dita, que reside no imaginário coletivo e popular. Da mesma forma, os personagens do filme estabelecem com Biá uma relação de dependência, visto ser ele o único a dominar o código de maior prestígio.Em sala de aula, muitas vezes nós, professores, exercemos a função de escriba, pois temos um domínio maior do código escrito. Essa função fica evidente em todo trabalho com a leitura e a escrita, quando procuramos trabalhar com nosso aluno as diferenças entre a oralidade e a escrita. Nesse sentido, é fundamental que não assumamos uma postura arrogante como a de Biá, valorizando um código em detrimento do outro. É preciso mostrar aos alunos que tanto a oralidade quanto a escrita são importantes, mas que ambas seguem regras diferentes e possuem características específicas, que devem ser respeitadas. Enquanto escribas da educação, cabe a nós exercermos a função de mediadores entre o código oral e escrito e nossos alunos, a fim de que os mesmos compreendam suas peculiaridades, sabendo usá-los de modo proficiente, nas dife rentes situações em que são requeridos, cotidianamente